terça-feira, 7 de junho de 2011

Como eu me "descobri".

Hoje vou relatar como eu “descobri” a minha preferência sexual, eu coloquei entre aspas o descobri, pois nós pessoas do babado lah no fundo sabemos, que somos pessoas diferentes, mas em fim, eu fui sair do armário para os meu amigos o ano passado (2010), e só esse ano que eu realmente, estou mais solta, para falar sobre isso abertamente (tanto é que eu estou fazendo isso agora mesmo).

Desde criança, eu sentia que tinha algo de diferente em mim, eu sempre queria brincar de bola, queria me vestir que nem um menino (segundo minha mãe, eu só a deixei colocar um vestido ou uma saia em mim até os três anos de idade), e teve um tempo que eu me via como um menino e não como menina. Sempre andava só com meninos, nunca gostei de brincadeiras de meninas, isso já eram sinais sapatônicos e eu naquela época não entendia isso.

Quando eu tinha uns doze anos, comecei a me questionar sobre minha sexualidade, e quanto mais eu pensava naquilo, mais eu ficava com medo/vergonha de imaginar que eu era homossexual, pois eu e todos nós somos criados em uma sociedade que só aceita um tipo de orientação sexual, e eu via as pessoas tirando sarro de gays e lésbicas, e eu cada vez mais entrava para o meu armário psicológico.

Quanto mais eu tentava fugir mais aquilo me seguia, e eu comecei a me sentir muito atraída por meninas, e isso foi aumentando cada vez mais, e os anos foram passando. Eu tinha algumas amigas que eu gostava muito, mas não tinha coragem de falar sobre mim por dois motivos: 1- nem eu me aceitava, 2- elas tinha a mente muito fechada, e com certeza ia acabar cortando amizade comigo.
 
Estava eu já com quatorze anos, mudei de colégio, comecei novas amizades, nesse tempo eu já começava a me aceitar, e na minha sala tinha um menino que era gay, e eu acabei virando amiga dele, e isso me ajudou muito, pois até então, eu não tinha nenhum amigo gay e nem nada. Com quinze eu já sabia que eu era lésbica, e me aceitava, eu só não falava isso para os outros, e nem demonstrava, ficava fingindo que acha meninos atraentes aiin que tortura, conversava sobre meninos, e tudo o que uma hetero faz eu fazia.

Já com dezesseis, (conhecido também como ano passado) eu percebi ainda mais, que ficar fingindo estava me matando, e de certo modo não dava mais para esconder que eu gostava de meninas. Ainda com certo medo da reação das pessoas, eu falei para os meus amigos que eu era bissexual que mentira deslavada. Só mais para o final do ano que eu falei que gostava de colar o velcro meninas, e também foi quando, comecei a ler mais sobre isso, procurei blogs, sites entre outros recursos que me ajudaram e muito a sair do armário. E hoje posso falar com todo orgulho que eu sou sapatão lésbica.

E se eu for parar para pensar, eu sempre soube, eu só tinha medo e vergonha de me assumir, e o primeiro passo para isso é a pessoa se aceitar e depois falar com a família (coisa mais difícil nesse processo), falar para os amigos, e depois não ter medo de se esconder. É claro que um dia, nós vamos acabar encontrando pessoas ignorante/idiotas/homofóbicas/ que irão nos discriminar, mas temos que ter em mente, que não estamos fazendo nada de errado, e seguir em frente.

Na verdade eu não sou muito a favor desse negocio de se assumir, um hetero não tem que assumir nada,porque os homossexuais tem que fazer isso? Não é da conta de ninguém se eu me esfrego com fulana de tal gosto de meninas, as pessoas se preocupam demais com a vida dos outros e isso me irrita muito.  Mas só deixando claro que a minha fase de se vestir como menino já passou, não vou dizer que sou um exemplo de feminilidade, mas dah para o gasto.
E é claro que eu tenho as principais características de uma lésbica (pelo menos da maioria):
  • Amo Madonna;
  • Acho a Angelina Jolie uma gata;
  • Gosto de Adriana Calcanhoto, Marisa Monte, só não gosto de Ana Carolina;
  • Meu andar é estranho;
  • Gosto de jogar bola (ainda);






Entre outras características, se você menina, quer saber mais sobre mim, tem que me conhecer pessoalmente prometo não te decepcionar, FIK DIK.

Bjos da Samantha
Até o próximo post.



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